Nota do Editor: Este foi um ano difícil para todos. E embora tenhamos experimentado coletivamente muitos dos mesmos eventos, as mudanças, desafios e muitas vezes dificuldades diretas que todos enfrentaram permanecem profundamente pessoais. Pedimos a seis colaboradores que olhassem para trás em 2020 e refletissem sobre como os eventos deste ano moldaram suas vidas, de maneiras grandes e pequenas. Publicaremos um ensaio por dia até o final do ano, sobre tópicos que vão desde diferenças sutis no acampamento de veados até a enorme tarefa de ser pai durante uma pandemia. Você pode encontrar todas as histórias, conforme publicadas, aqui.
Pouco antes da meia-noite meu companheiro de caça Craig me mandou uma mensagem sobre uma área de terra pública pouco conhecida que poderia ser promissora para novos bandos de codornas. Craig é certamente um homem-pássaro, e caçou de tudo, de galo silvestre em Utah a patos no Arkansas a codornas selvagens aqui na Geórgia. Então, quando ele te manda uma mensagem sobre um novo local de caça, você presta atenção. Chegamos 10 dias depois, cães a reboque.
Na estação de verificação, Craig e eu nos deparamos com uma placa interessante postada pela folha de inscrição. Ele disse que não deveria haver caça de codornas a menos que os caçadores fossem sorteados para uma cota. Isso não fazia sentido para nós, já que Craig vasculhou os regulamentos da temporada 2020-2021 e em nenhum lugar eles afirmaram que o público em geral não teria permissão para caçar a propriedade. Então Craig entrou na linha com o DNR e, depois de alguns telefonemas e um pouco de espera, fomos informados de que alguém aparentemente havia postado a placa como forma de desencorajar qualquer caçador disposto a acreditar na placa. O DNR nos deu luz verde e nos desejou boa sorte.
Estávamos com fome de novos pássaros, mas mais importante, novas experiências para compartilhar. Craig e eu adoramos caçar pássaros selvagens em terras públicas. Compartilhamos waypoints e soltamos pins uns com os outros, e a parceria realmente tornou nossas jornadas muito mais agradáveis e bem-sucedidas. Mas nas quatro ou cinco vezes em que caçamos e treinamos cães juntos nesta temporada, nunca se tratou de matar um limite de pássaros. Francamente, eu provavelmente me preparei para o fracasso ao optar por carregar uma nova AYA.410 na floresta para atirar nesses pássaros velozes. E eu provavelmente deveria dizer “atirar em”. Nós realmente perdemos alguns naquele dia.
Em algum momento durante nossa caçada, encontramos um senhor com dois ponteiros na caixa de cachorro na parte de trás de sua picape. Ele perguntou se já tínhamos encontrado algum pássaro. Dissemos que não, porque naquele momento não tínhamos. Ao longo da curta conversa, nos interrogamos educadamente sobre de onde viemos.
Ele disse que era da cidade de Bishop, e os pais de Craig são de lá, então o esconderijo que estávamos caçando recebeu o nome de "Bishop" em homenagem a esse cavalheiro. Se ele tivesse ficado um pouco mais, teríamos feito o que fizemos um mês antes com outros conhecidos, e o convidamos para abater cachorros e caçar conosco. Eu tinha meus dois Pointers e meu Lab, e Craig tinha seu Wirehair, e o Sr. Bishop tinha seus dois Pointers. Teríamos coberto algum terreno sério. Mas, Bishop não parecia muito interessado em trabalhar na área conosco e prontamente partiu. Como um caçador principalmente solitário, eu entendo.
Mas quando ele desapareceu na estrada, Craig e eu estávamos pensando a mesma coisa. Teríamos o prazer de convidá-lo para compartilhar as alegrias deste novo lugar.
O encontro me fez pensar: Por que alguém NÃO iria querer compartilhá-lo?
Claro, não queríamos dar as coordenadas de GPS, mas também não queríamos desencorajar ninguém a encontrar sua própria alegria e sucesso. Por sua vez, incentivar outras pessoas a sair em terras públicas afeta diretamente sua apreciação por nossos espaços ao ar livre e sua conservação.
Enquanto Craig e eu caçávamos entre os históricos pinheiros de folhas longas, paramos para admirar o tamanho de suas longas agulhas e a intrincada estrutura das pinhas. Craig e eu caminhamos pela WMA apreciando o trabalho de habitat que está sendo feito nesta terra. Houve um senhor mais velho que estava cortando árvores que deu um pequeno aceno para nossos esforços e acenou para nós enquanto dirigíamos para novas áreas da WMA. Este estava longe de ser o primeiro WMA que caçamos, e em cada um temos esforços extraordinários do DNR, Tall Timbers, Longleaf Alliance e, claro, Quail Forever.
Apenas uma semana antes, ao sair de um Georgia WMA diferente, fui abordado por outro cavalheiro, um advogado, bem equipado com novos equipamentos Orvis e brilhando com sucesso em terras públicas. Ele disse a meu amigo, Josh, e a mim que havia lido um artigo meu que o inspirou a perseguir bobwhites de terras públicas. Ele encontrou quatro coveys e conseguiu levar para casa um bom pedaço de comida naquele dia. Eu não dei detalhes sobre onde caçar na Geórgia, mas este cavalheiro teve a coragem de fazê-lo por conta própria.
Esses encontros díspares levantam uma questão mais filosófica: “Qual é o nosso papel como caçadores, daqui para frente em 2021?” E o que significa “fazer nossa parte” pela conservação e defesa para manter nossas tradições de caça prósperas, acolhedoras e sustentáveis?
Há uma parte de mim que fica desencorajada pelo fato de que alguém lá fora se esforçou para impedir outros caçadores de caçar nas mesmas áreas de terras públicas que todos nós possuímos como cidadãos pagantes de impostos. Não posso deixar de traçar linhas entre este evento e a disseminação geral de desinformação e travessuras de notícias a cabo que assolam nosso país. Se a chicana dos Estados Unidos em 2020 nos mostrou alguma coisa, é que a reflexão e a unificação são o único caminho a seguir. A divisão nos deixa sozinhos.
Ainda não sei por que ainda estamos optando por abandonar nossa confiança na natureza, observação estatística e ciência com a polarização do país. Hoje em dia é fácil se perguntar se estamos longe demais. A existência humana se tornou a ruína deste planeta? Somos nós, como espécie. tão destrutivo quanto nossa história humana sugere? Não há ninguém em quem confiar em nossas comunidades?
O autor e seus cães de passarinho. Durrell Smith
Mas um caçador de codornas em terras públicas não é nada senão um otimista. E ainda acredito que somos melhores que isso. Nosso trabalho como caçadores vai muito além da compra de licenças e gerenciamento de populações de caça selvagem. E há tantas pessoas boas que se apresentaram para nos mostrar a luz.
Para citar alguns, mudanças no jogo como A. J. DeRosa e Chet Hervey se uniram como os chefes do The Northwoods Collective e do Project Upland para contar novas e autênticas histórias de caça nas terras altas no filme. Liderados por Wil Sensing, Project Upland e Backcountry Hunters and Anglers manifestaram um dos principais filmes deste ano, Public Grouse. E por falar em BHA, tive o prazer de trabalhar de perto com Land Tawney e Zack Williams em seu Backcountry Journal. Como força, a BHA continua a unir homens e mulheres ao ar livre por meio de iniciativas como Hunting for Sustainability e, claro, a própria revista. Depois, há Reid Bryant, da The Orvis Company, e Whit Fosburgh, da Theodore Roosevelt Conservation Partnership, ambos líderes de nossa comunidade que continuam a defender a educação ao ar livre e práticas sustentáveis de conservação. Ambos os senhores pressionaram as grandes corporações a fazer grandes contribuições em nome da equidade e da inclusão. Todos eles têm seus próprios projetos e objetivos.
Mas todos eles têm uma coisa em comum: eles estão trabalhando para mudar a narrativa do que realmente é a comunidade. Eles direcionaram nosso foco para o que realmente importa: unificar caçadores educados e informados que se preocupam em construir um ambiente público de confiança, amor e observação cuidadosa. É certo que não tenho tempo ou espaço literário suficiente para agradecer a tantos outros que também estão fazendo um ótimo trabalho para nossa amada comunidade, mas há apenas o suficiente para deixar um simples obrigado a todos.
Nós podemos fazer parte dessa mudança para melhor. Cada um de nós tem a capacidade de amar, então por que não exalar amor radical por nossos companheiros caçadores e preencher nossos espaços públicos com esse mesmo amor radical? Para muitos caçadores e homens e mulheres ao ar livre, a pandemia não necessariamente ofuscou nosso amor e preocupação com o meio ambiente. Mais pessoas foram caçar e pescar este ano do que em qualquer outro momento da história recente. Acampamentos, rampas para barcos e estacionamentos públicos estavam todos lotados. Mas em nível nacional, o meio ambiente foi colocado em segundo plano para todas as nossas outras tragédias. Questiono se nós, como nação, fizemos nossa parte pela conservação ambiental e pelas mudanças climáticas enquanto o país busca se remodelar após o fenômeno de 2020.
Com algumas exceções, sinto que, enquanto estávamos consumidos por uma gama de outras questões sociais e econômicas, as questões ambientais foram minadas ou derrotadas. Agora devemos reconstruir nossa confiança uns nos outros e, para isso, precisamos encontrar um terreno comum no ambiente e clima em que todos residimos.
Então, quero desafiar nossa comunidade de caçadores a fazer algumas coisas neste Ano Novo. Vamos depositar nossa confiança uns nos outros e construir uma comunidade que abrace os desafios da caça em terras públicas e convide outras pessoas a persegui-los, para que todos possamos nos deleitar com os gloriosos sucessos e fracassos hilários de um dia no campo. Vamos aumentar o nível de cuidado e preocupação com nossas terras que reforçarão as muitas iniciativas de conservação que tantas de nossas amadas organizações estabeleceram. E por último, vamos nos tornar um farol de luz para outros que possam estar buscando as mesmas alegrias e satisfação que todos nós encontramos no campo.
Um dia desses, vou fazer contato com aquela pequena.410 enquanto meus cães seguram firme a descarga e atiram. E nesse dia, o ar fresco será cortado com o estouro de conchas de 2 polegadas, e nossos aplausos aumentarão à medida que as penas caem ao longo das bordas recém-queimadas dos pinheiros de folhas longas.